IRB inicia novo ciclo após o fim de fiscalização

IRB inicia novo ciclo após o fim de fiscalização

O fim da fiscalização especial da Superintendência de Seguros Privados (Susep) sobre o IRB Brasil Re representa o início de um novo ciclo para a companhia, afirmou o CEO interino do ressegurador, Wilson Toneto, em entrevista ao Valor Econômico. Desde maio do ano passado, o regulador mantinha o IRB sob escrutínio devido a insuficiência de provisões técnicas, ou seja, os recursos necessários como garantia de cobertura de obrigações.

Na terça-feira, o conselho diretor da Susep decidiu retirar o IRB da fiscalização. Em 18 de fevereiro, o ressegurador havia informado que, com base nas demonstrações financeiras do quarto trimestre, havia atingido o enquadramento regulatório referente aos índices de liquidez e cobertura de provisões. Ontem o IRB informou ao mercado o fim oficial da fiscalização.

Há pouco menos de um ano, a notícia havia adicionado mais incertezas sobre a situação da companhia, que havia acabado de renovar toda a diretoria na esteira do escândalo desencadeado pela gestora Squadra que questionou as práticas contábeis do grupo. “O fim da fiscalização especial da Susep é um marco para nós”, afirma Toneto.

O CEO interino lembra que todo o processo de enquadramento, que durou 11 meses e exigiu um levantamento de R$ 4,8 bilhões em recursos novos entre julho e dezembro de 2020, ocorreu ao mesmo tempo que a nova administração conduzia investigação sobre as práticas da antiga gestão, refazia as demonstrações de anos anteriores e realizava um processo de revisão de contratos e renegociações, além de manter a própria continuidade operacional do IRB. “Essa fiscalização especial é muito intensa. Isso tudo aconteceu num ambiente de pandemia. Tivemos de começar um processo bastante duro, que se conjugou com situações como a investigação e o refazimento das demonstrações.”

Para o CEO interino, “do ponto de vista de mercado indica a todos que encerramos um ciclo, um ciclo duro, e a gente reposicionou o IRB, deixamos a companhia mais robusta, sólida e com uma governança que evoluiu no período”.

O fim da fiscalização coincide com a mudança na cúpula do ressegurador. Antonio Cássio dos Santos, que acumulava os cargos de presidente do conselho e CEO, deixou a função de executivo-chefe no fim de março para se manter apenas na chefia do colegiado. Toneto, então vice-presidente de Riscos e Conformidades, assumiu como CEO interino, a partir de 29 de março. Na ocasião, o próprio IRB informou que havia iniciado um processo de seleção do futuro CEO, conduzido pelo conselho.

Toneto afirma que nem ele ou os outros vice-presidentes do ressegurador são candidatos ao cargo de CEO. “O simbolismo de vir um novo CEO é importante. Há um consenso entre nós [da diretoria executiva] que a função deveria ser assumida por uma pessoa que não esteve nesse processo [de saneamento iniciado no ano passado]. Não sou candidato e nenhum dos vice-presidentes são postulantes ao cargo. Vamos permanecer em nossas funções [após a chegada de um novo CEO à companhia].”

Segundo o CEO interino, “estamos no processo de busca, que está sendo conduzido pelo conselho”. Conforme Toneto, “a diretoria executiva não participa - e nem poderia - desse processo”. 

Fonte: Valor Econômico

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