Vazamentos: seguro cyber é importante aliado

Vazamentos: seguro cyber é importante aliado

Nesses primeiros meses de 2021 acompanhamos diversas notícias sobre vazamentos de dados no Brasil e no mundo. O maior ataque hacker registrado no país neste ano conseguiu ter acesso às informações pessoais de 223 milhões de brasileiros, entre elas CPF, endereço e outros. Um dos casos mais recentes envolveu o Facebook, no qual foram expostos os dados de 530 milhões de usuários no começo de abril.

Para minimizar os efeitos de situações como essa, o seguro cyber pode ser um aliado, pois ele oferece auxílio no que se refere à responsabilidade pelo vazamento de dados, bem como eventuais prejuízos financeiros de ataques cibernéticos.

Entre as coberturas do seguro, estão inclusas investigação forense; extorsão cibernética (ransonware); notificação e monitoramento; restauração de dados eletrônicos; interrupção de rede (lucros cessantes e despesas operacionais); sanções administrativas (inclusive multas) e restituição de imagem da organização. Além disso, o produto cobre a parte de responsabilidade civil e danos a terceiros.

No Brasil, segundo Boletim de Segurança da Karspersky, foram enviados 360 mil novos arquivos maliciosos todos os dias durante 2020, um aumento de 5,2% em relação a 2019. Segundo Carol Ayub, superintendente de Produtos Financeiros da Tokio Marine, a pandemia provocou um crescimento considerável no número de ataques cibernéticos por conta da necessidade de isolamento social e da adoção do trabalho remoto, colocando à prova os sistemas e os dados das empresas e dos cidadãos em todo o mundo. “É fundamental que as organizações estejam preparadas e com uma proteção caso seu banco de dados seja invadido, pois um ataque cibernético pode abalar a confiança do consumidor e colocar à prova a reputação da mesma”.

Para Fernando Saccon, superintendente de Linhas Financeiras e Seguro Garantia da Zurich no Brasil, as empresas precisam ficar atentas às possíveis vulnerabilidades e, para tal, devem procurar ferramentas para gerir essa questão de maneira adequada e eficiente, buscando conhecimento e proteções de acordo com a legislação e com cada modelo de negócio. De acordo com o executivo, uma estratégia bem-sucedida de segurança e privacidade de dados passa por criar a consciência dos riscos dentro da instituição e garantir que haja um engajamento da alta administração para garantir que o planejamento seja colocado em prática.

“Uma companhia pode educar seus funcionários e ter os melhores firewalls e software de detecção de intrusões, mas no final do dia ainda pode ocorrer um incidente que afete sua rede e cause uma violação de dados. No caso de um incidente, é necessário que ela possa, com rapidez, mitigar os danos causados à empresa e às pessoas que tiveram seus dados expostos. Nesse sentido, a apólice de seguros inclui coberturas de pagamento de custos e despesas para ajudar a companhia a lidar com a crise causada por esse vazamento de dados e cumprir com suas responsabilidades perante as pessoas físicas atingidas”, ressalta Saccon.

Dados da Fenseg (Federação Nacional de Seguros Gerais) apontam um crescimento de 63% na contratação do seguro cyber em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando R$ 24 milhões em prêmio. Marco Mendes, especialista em riscos cibernéticos da Aon Brasil, afirma que o produto irá ser um dos seguros mais procurados do mundo em algumas décadas, principalmente após a aceleração da digitalização ocasionada pela pandemia. “Além de cobrir um risco latente, o seguro cyber está despertado o interesse de diversas companhias e tem uma boa reputação no mercado segurador. Em um futuro não tão distante, empresas estarão mais automatizadas e baseadas em tecnologia, e o risco cibernético pode ser uma das fontes de todos os outros problemas organizacionais. Portanto, é fundamental que o setor fale mais sobre esse tema e dissemine a cultura da proteção”.

Após investigação, o Procon pediu esclarecimentos sobre o vazamento ao Serasa. Além disso, os hackers responsabilizados pelo ataque foram presos. No caso do Facebook, a União Europeia e a Rússia começaram a investigar o caso recentemente. A ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) não se pronunciou até o momento.

Fonte: revista Apólice

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